Papel é não só a função que o elemento desempenha no grupo, como também, o comportamento que os outros esperam dele em função do estatuto que possui - os seus deveres perante os outros.
O desempenho síncrono de vários papéis sociais pode gerar conflitos no indivíduo que os desempenha. Há uma luta entre duas motivações que são incompatíveis. Assim, distinguem-se, geralmente, dois tipos de conflitos: conflitos interpapéis - surgem quando um indivíduo desempenha vários papéis de espectativas inconciliáveis. Como por exemplo, o papel que ocupa na família (como pai ou mãe) e no trabalho. Pois se é um trabalho que exige muito tempo e dedicação, o indivíduo terá menos tempo para dedicar à sua família (o que trará problemas aos respectivos membros desse grupo) - ; conflitos intrapapéis - surge quando um único papel requer comportamentos incompatíveis. Como por exemplo, o papel de um médico de uma empresa implica simultaneamente salvaguardar o bem-estar físico dos empregados e minimizar as despesas médicas da empresa empregadora-.
Por outro lado, o estatuto é a situação em que um indivíduo se encontra face a outros membros do seu grupo social. Esta posição determina certas expectativas de comportamento dos outros face ao estatuto que o indivíduo possui. Em suma, pode-se definir estatuto como um conjunto de comportamentos que um indivíduo espera da parte dos outros tendo em conta a sua posição no grupo.
Estabelece-se ainda, uma distinção entre os estatutos adquiridos e os atribuídos: os estatutos atribuídos são impostos a todas as pessoas logo à nascença, como pertencer ao género masculino ou feminino, ou a uma determinada etnia. São estatutos que o indivíduo adquire sem qualquer tipo de esforço; os estatutos adquiridos são aqueles que o indivíduo possui tendo lutado para a sua obtenção, ou seja, dependem essencialmente do nosso esforço e mérito próprio, da nossa iniciativa e da nossa vontade (profissão, nível de formação académica, conquista de prestígio ou poder).
Sendo assim, podemos concluir que existem vários factores – a idade, o sexo, a profissão, o nível económico, a educação, as habilitações académicas – que determinam o estatuto social.
• Papel e Estatuto da mulher na sociedade
A vida social pressupõe expectativas de comportamentos entre os indivíduos, e dos indivíduos consigo mesmos. Essas funções e esses padrões comportamentais variam conforme diversos factores, nomeadamente, o sexo.
Desde os primórdios da humanidade que a mulher tem lutado pelo seu reconhecimento enquanto ser vivo, pelos seus direitos e por uma vida melhor. Antigamente, as mulheres eram usadas como sendo escravas e objectos sexuais. Faziam tudo o que lhes era imposto. Foi a partir da Revolução Francesa, em 1789, que o papel da mulher na sociedade começou a alterar-se. A limitação dos direitos a que estavam submetidas e o facto de serem exploradas fez com que chegassem ao limite. Surgiram assim movimentos inconformistas que defendiam a melhoria das condições de vida, de trabalho, a participação politica, o fim da prostituição, o acesso à instrução e a igualdade de direitos entre os sexos.
Pode-se afirmar que a mulher de hoje tem uma maior autonomia, liberdade de expressão, as suas próprias ideias e posicionamentos outrora sufocados. Por outras palavras, a mulher do século XXI deixou de ser coadjuvante para assumir um lugar diferente na sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades, dando voz activa a seu senso crítico. Contudo, ainda não há igualdade de salários, mesmo que homem e mulher desempenhem a mesma função; a mulher ainda acaba por acumular algumas funções domésticas e, infelizmente, a questão da violência contra a mulher ainda é um dos problemas a ser superado.
Podemos então concluir que o estatuto que hoje a mulher ocupa na sociedade passou de atribuído (pois logo à nascença, as mulheres já eram, à partida escravas) a adquirido pelo extremo esforço e mérito próprio.
Solange Martins nº23
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