quarta-feira, 11 de dezembro de 2013


A especificidade do ser Humano

 

Para que se estabeleça um equilíbrio é necessário uma inter-relação entre forças, neste caso para que o Homem possa autoequilibrar-se, organizar-se e regularizar-se, é necessário o estabelecimento de inter-relações entre três conceitos, sendo eles Biologia, Cultura e História.

Quando falamos em Biologia, falamos na ciência que estuda a vida, ou seja, o ser vivo. E o que será um ser vivo se não um ser com necessidades, necessidades estas que se organizam de forma estratigráfica de acordo com as prioridades do ser, desde as mais básicas e essenciais, ás mais complexas e de autorrealização.

Conceitos como Filogénese, Ontogénese, SNC, Hereditariedade, Genes, Organismo, Primatas … constituem o “ADN” do percurso de um ser biológico, pois Biologia ,e o conceito mais geral de tudo aquilo que tem vida.

Mas a variabilidade é uma constante da evolução, e por isso é que o ser que evoluiu a parte central do ser vivo, o cérebro, se distingue de todos os outros , falamos então em especificidade do ser Humano.

O que será que nos faz tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais de todos os seres vivos? O que é realmente o ser Humano?

É aqui que surge o enigma da esfinge:  “O quê que de dia anda com quatro patas, à tarde anda com duas e à noite anda com três?”

Temos então associada à Biologia a Cultura.

Todos nós (seres Humanos) nascemos inseridos numa cultura, cultura essa que nos impôe normas e regras que nos orientam para uma certa conduta.

É esta capacidade de adquirir comportamentos adaptados ao meio, que nos distingue de todos os outros seres. Com certeza um urso polar, habituado as regiões mais gélidas, deparado num local como a África, a probabilidade dele sobreviver é praticamente nula. Já o Homem independentemente das condições a que está presente, tem a espantosa capacidade de se adaptar ao meio, pois se assim não fosse, a emigração não seria um fenómeno tão realizado nos dias de hoje.

O Homem é um ser dito racional, e por isso um ser que pensa, raciona e age segundo a razão, tendo assim a capacidade de adquirir conhecimento. Dentro do conhecimento temos vários tipos, como, a Arte, a Ciência, a Filosofia e a Religião, sendo que as duas últimas compõem a Moral/Ética.

O que serão então as normas, valores, princípios, regras, leis … ? Tudo isto constitui o “caráter normativo da cultura”. Cabe-nos a nós agora, escolher o caminho a seguir, daí que podemos ter um desvio positivo ou negativo de acordo com a (des)obediência e (in)conformismo.

É através destas atitudes contraditórias e que originam dinâmica, que levam à evolução e por isso se dão acontecimentos  como o 25 de Abril, a queda do muro de Berlim, etc …

Isto acontece devido ao facto da sociedade ser composta por um conjunto enormíssimo de indivíduos que divergem nas ideologias e nas atitudes, o que os leva a terem comportamentos diferentes.

Todos esses indivíduos são portadores de um percurso e portanto cada um de nós é História. E o que é a História se não um conjunto de fases caraterizadoras de uma vida!

As coordenadas fundamentais da História são o tempo e o espaço, pois tudo o que nos acontece é fruto do “Eu e aminha circunstância”, ou seja, todos nós reagimos de acordo com o momento em questão.

Pois na vida as circunstâncias mudam e por isso mudam as nossas reações e a isso damos o nome de evolução.

No nosso percurso temos a história coletiva e a individual, porque o “Homem não é uma ilha” mas sim um ser que estabelece relações sociais,e por isso quando falamos em história coletiva falamos em Humanidade, Espécie, Pátria  …, todos nós pertencemos a um grupo que estabelece relações entre si. Quando falamos da história pessoal, falamos de todo um conjunto de experiências /vivências pessoais que podem levar a um trauma psicológico caso se tome como uma má experiência.

Por tudo isto dizemos que o Homem é um ser bio cultural com um percurso histórico-pessoal .

 

                                                                                                                                                     Inês Costa

 

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