domingo, 1 de dezembro de 2013

Preformismo vs Epigénese

          Na tentativa de compreender o ser humano, os seus processos de aprendizagem e de desenvolvimento, foram surgindo algumas perspectivas, no que diz respeito ao papel da genética na determinação dos caracteres do individuo. De entre as perspectivas, podemos salientar: o Preformismo e a Epigenética.

  
Preformismo
                             
  O Preformismo, também designado por Maturacionísmo ou Geneticísmo, é uma perspectiva que sustenta a ideia de que no ovo já estão presentes todas as futuras características do novo ser, ou seja, existe um ser em miniatura, completamente formado fisicamente e a nível das suas capacidades cerebrais - o homúnculo. O seu desenvolvimento limitava-se apenas ao crescimento do corpo, independentemente do meio em que ocorresse o seu desenvolvimento. Desta forma, admite que o desenvolvimento do ser humano obedece a um programa geneticamente preestabelecido independentemente do meio; o que significa que o desenvolvimento é como uma actualização de estruturas hereditárias existentes no genótipo. 
  Podemos concluir que esta perspetiva assume que a acção dos genes tem um papel determinante e mais importante no desenvolvimento, do que o papel da influência de factores externos (meio). 
    No entanto, hoje em dia, esta perspectiva não passa de uma teoria, uma vez que já se pode comprovar que as capacidades do Homem definem-se através dos genes e do meio ambiente (fatores externos).



Epigénese




    Por oposição ao Preformismo, a Epigénese afirma que o ovo é uma estrutura desorganizada que sofrerá diferenciação, no qual existe um ser inacabado que se desenvolve lentamente (ou seja, não existe um ser preformado), cujas características físicas e mentais desenvolvem-se e constroem-se a partir da informação do genótipo (genes) e da influência do meio que o rodeia. 
   Ao longo do seu desenvolvimento vai adquirindo novas aptidões devido às experiências que vivem, o que faz com que o genótipo seja apenas uma instrução das características que podem ou não manifestar-se.
  O termo epigenético diz respeito a tudo o que o património genético não determina. Corresponde à transmissão das modificações da expressão dos genes, mas que não implicam modificações na sequência de ADN. Existe assim variabilidade individual, o que não está ao alcance do determinismo epigenético. 
   Podemos concluir que a epigénese considera que o desenvolvimento resulta de uma combinação integrada da influência dos genes (fatores internos) e da influência do meio ambiente (fatores externos), excluindo a hipótese de que o papel dos genes é o único que determina as características do ser humano e considerando a importância da influência do meio, uma vez que são ambos importantes no desenvolvimento do indivíduo.



                                                                                                                        Ana Valente

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