Uma das questões que sempre interrogou o Homem recai sobre a forma como o genótipo (conjunto de genes individuais de cada ser vivo) influencia o comportamento de um indivíduo. Surgiram, então, duas principais perspetivas sobre a ação genética: uma que privilegia o papel da hereditariedade (teoria da preformação); outra que admite que o meio desempenha um papel importante no desenvolvimento individual (teoria da epigénese).
Por outro lado, em 1759 (séc. XVIII), Caspar Wolff (biólogo alemão) nega a teoria do preformismo, apresentando uma nova perspectiva – a teoria da epigénese. Segundo esta conceção, não existe um ser em miniatura no ovo, mas sim um ser incompleto que se vai desenvolvendo e cujas características físicas e mentais são construídas a partir dos genes e da sua interacção com o meio. Ou seja, no processo de desenvolvimento do embrião até ao ser adulto, o indivíduo vai adquirindo potencialidades que não preexistiam no ovo, mas que vão surgindo das várias experiências que vive. Portanto, o genótipo é apenas um conjunto de informações que podem ou não manifestar-se.
Como podemos ver, a visão epigenética sobre a evolução dos indivíduos é a mais correcta. Isto porque na realidade os seres humanos nascem inacabados, com menos capacidades do que aquelas que terão em adulto. Por exemplo, um recém-nascido é, durante algum tempo, incapaz de comunicar verbalmente. Vai aprendendo a fazê-lo de acordo com aquilo que presencia no meio em que se insere. Deste modo, aprende o idioma que o meio à volta dele utiliza.
Portanto, o desenvolvimento do ser humano não é como uma simples ampliação de uma fotografia, na qual o ser em miniatura se limita a crescer. Pelo contrário, o desenvolvimento resulta de um conjunto complexo de interações entre a hereditariedade, o meio físico e o meio social em equilíbrio.
Joana Guimarães
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