quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sec. XXI




“A passagem da modernidade para a contemporaneidade ocasionou a mudança de um modelo de sociedade. De uma sociedade vista por Foucault como “Disciplinar”, para um modelo de sociedade identificada por Gilles Deleuze (1992) como de “controle”.”
O ser humano como um conjunto de genes e regras, esta condicionado a uma liberdade de escolha desde que é gerado pelo encontro dos gametas, encontra-se restrito à estrutura genética como à sociedade onde irá ser integrado. Até a maneira como o ser humano irá estimular os seus genes esta regulada por uma sociedade imposta de regras e normas. Desde um passado longínquo, um presente a um futuro o Homem inconscientemente acaba por se tornar dependente destes três tempos, uma vez que sente necessidade de explicar um passado seu que diz respeito aos seus antepassados condicionando de certo modo a sua maneira de agir, este animal extraordinário sente a necessidade de evoluir no presente, mostrar que é capaz mas é condicionado pelo sociedade onde se incorpora e no futuro apenas espera ter sucesso e sentir-se completo mas mais uma vez irá encontrar-se-á condicionado.
Esta nova sociedade da qual tratamos por “sociedade de control” advém de uma outra sociedade denominada “disciplinar”, ou seja, passamos da inquisição onde governava o medo, o juízo e o castigo para uma chamada de república liberal, “um pequeno passo para o Homem, mas um grande passo para a Humindade”. “Sociedade de controlo” pressupõem um trabalho concentrado no colectivo não baseado apenas no individuo e na sua educação, encontramo-nos numa plena transição da reclusão para um controle aberto e continuo. Evoluímos sem darmos conta… O preconceito diminui, demos oportunidade para o Homem se tornar compreensível e amável, há uns bons anos atrás a entreajuda não existia os nossos pensamentos eram cobertos de vingança e destruição, ganhar uma guerra era o nosso objectivo. Mas agora somos capazes de ajudar de quem necessita, somos capazes de ter compaixão à vida, somos capazes de largar tudo por uma causa maior, cada vez a ajuda é maior, cada vez mais a Humanidade começa a notar-se. O ser humano continua ser controlado mas de forma menos visível, porque por mais que lutemos por uma liberdade absolutista iremos estar sempre condicionados a regras, a disciplina, a medos, a estereótipos… A um conjunto de características que gera uma cultura sobre a qual iremos estar sempre aprisionados em qualquer ponto deste enorme planeta. Mas o grande problema desta sociedade actual situa-se na grande quantidade de informação que temos disponível e carecermos desta mesma, este grande paradoxo leva a ignorância. E todos aqueles que lutaram para tornar esta sociedade um local que valha a pena viver, os chamados inconformistas, agora apenas lhe resta o esqueleto e todo o seu esforço para que futuras gerações pudessem ter gosto e orgulho do que nos torna-mos desvanece entre mentalidades fúteis e sem objectivos. Age sobre o que esta mal, não apontes… Não te conformes com a péssima realidade onde se irão encontrar os teus futuros filhos. Protesta sobre aquilo que te não deixa sentir realizado, porque foi assim que deixamos de nos tornar tão dependentes do meio e terminamos numa “sociedade de controlo”.
Por fim apenas cito “somos nós os produtores e produtos desta sociedade que criámos. Não somos simples marionetas deste jogo de forças, mas co-autores no nosso silêncio, na “naturalidade” com que encaramos este estado das coisas.” 

Adriana Mendes

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