segunda-feira, 31 de março de 2014

Bullying, um problema dos nossos dias

A agressão consiste em magoar ou lesar com intenção, física ou psicologicamente outras pessoas, fazendo o uso do poder sobre o outro. Podendo originar uma lesão, danos psicológicos e em casos extremos a morte.
Muitos dos comportamentos agressivos são potenciados por um meio familiar de baixos rendimentos, presenciar casos de violência doméstica, pela violência presente nos jogos, nas músicas, nos filmes e que é encarada de forma banal pelos meios de comunicação, levando ao menosprezo da condição humana.

No contexto dos jovens, esta assimilação da experiência vivida no quotidiano, despoleta comportamentos agressivos que são visíveis no meio escolar, isto é o bullying. Este fenómeno caracteriza-se pelo conjunto de maus-tratos, ameaças, coações ou outros atos de intimidação física ou psicológica exercido de forma continuada sobre um ou mais alunos considerados fracos ou vulneráveis, geralmente por um ou mais colegas. Contudo, o bullying não ocorre só no ambiente escolar, podendo ocorrer em qualquer contexto social, como na vizinhança e em locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Distinguem-se vários tipos de bullying, no entanto dentro destes os mais relevantes a referir são:

  • Bullying verbal: proferir comentários ofensivos ou caluniar, lançar boatos,  gozar com características do outro, como por exemplo, “caixa de óculos”, “gordo”;


  • Bullying racial: toda a ofensa que resulte de comentários acerca da cor da pele, de diferenças culturais, étnicas ou religiosas, no caso de um jovem negro ser marginalizado pelos colegas;


  • Bullying físico: inclui qualquer contato físico que possa ferir ou prejudicar uma pessoa como puxar, pontapear, bater, beliscar ou outro tipo de violência física. Ocorre, por exemplo, se um aluno estiver a andar no corredor e alguém o empurrar contra a parede;


  • Bullying emocional: ocorre sob formas de excluir, atormentar, ameaçar, manipular, amedrontar, chantagear, ridicularizar, ignorar o outro, geralmente associado ao sexo feminino. Como maltratar uma rapariga e rejeitar a sua presença no grupo devido à sua aparência;


  • Cyberbullying: utiliza a Internet, mensagens instantâneas de telemóveis para intimidar, rebaixar, espalhar boatos, ameaçar ou excluir alguém. Atualmente, é a forma mais usual e negativa, uma vez que por vezes torna-se impossível a identificação dos agressores e mesmo fora do contexto escolar são submetidos a este flagelo. Quando uma rapariga manda uma fotografia íntima a um suposto amigo e este divulga-a por toda a escola e esta passa a ser alvo de chacota.


Este tipo de agressão não pode ser encarado de ânimo leve, pois já há o relato de casos que levaram a situações extremas, não apenas no estrangeiro, mas também em Portugal, como tentativas de suicídio, que acabam por suceder.

Em Adaúfe, concelho de Braga, um jovem de 15 anos era vítima de bullying, de tal forma que recebia apoio psicológico na escola para lidar com a situação. Entre as agressões, chegou mesmo a ser despido no recreio da instituição. Apesar das queixas deste, a situação prolongou-se, fazendo com que a vítima cometesse o suicídio. Despedindo-se da família e da namorada com uma carta, onde enunciava as agressões que fora alvo como motivo para ter posto fim à sua vida.


Testemunho de uma vítima de bullying


Mariana Gomes, nº20


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