domingo, 23 de março de 2014

O caso de Phineas Gage

Phineas Gage era um funcionário dos caminhos-de-ferro americanos. Em 1848 teve um acidente que acabou por o tornar famoso: ao colocar explosivos para abrir caminho numa rocha, provocou uma explosão. A barra de ferro usada para empurrar os explosivos atravessa a sua cabeça, penetra o seu queixo, arranca-lhe o olho esquerdo e sai pela parte superior do crânio. No entanto este funcionário sobrevive a esse grave acidente e manteve as suas funções motoras e as suas capacidades  intelectuais.
Apesar das suas funções intelectuais se manterem intactas, o acidente provocou alterações na sua personalidade. Aquele quer era um homem pacifico, trabalhador e educado passou a ser um homem instável e mal-educado.
O seu caso passou, então, a ser objecto de estudo para alguns neuro-cientistas. Assim sendo, 150 anos mais tarde, Damásio e outros cientistas reconstruíram o trajecto seguido pela barra na cabeça de Phineas.
Nas suas investigações, Damásio concluiu que as áreas pré-frontais (área afectada) envolvem complexas relações com as emoções. As relações entre o córtex pré-frontal e as emoções dão-se nos dois sentidos: o córtex apoia-se nas informações emocionais para tomar decisões e tem também um papel inibidor das emoções. A ruptura entre o centro emocional e o córtex pré-frontal pode levar à indiferença afectiva. No caso de Gage acontece o contrário, como a área afectada foi o córtex pré-frontal não há controlo das emoções o que levou a ter comportamentos impulsivos e descontrolados.
O caso de Gage é portanto considerado como uma das primeiras evidências científicas que indicam que a lesão nos lobos  frontais pode alterar a personalidade, emoções e a interacção social.
Antes deste caso os lobos frontais eram considerados estruturas sem função e sem relação com o comportamento humano.






















Vitor Antunes, nº24 



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