domingo, 25 de maio de 2014





 
Estrutura de relação do bebé com a mãe
A relação que se estabelece entre a mãe e o bebé após o nascimento deste, é considerada uma das relações mais privilegiadas em todas as espécies.
Acontece que na espécie Humana esta ligação é ainda mais especial pelo facto do ser humano ser muito prematuro e dependente, ele sente uma necessidade de criar e manter relações de proximidade e afetividade com os outros, ou seja, de se apegar a outros seres humanos para assegurar a sua proteção e segurança. A este processo damos o nome de vinculação.
Segundo o filósofo contemporâneo, Fernando Savater: “O ser humano conta com uma programação básica – biológica – mas deve autoprogramar-se como humano. […] Mesmo comparado com os seus parentes zoológicos mais próximos, oferece uma sensação de abertura de inacabamento: em suma, de extrema disponibilidade.”
O que podemos retirar deste excerto é que o ser humano tem de aprender o que a hereditariedade propicia a outras espécies mas o facto de se encontrar inacabado, biologicamente desamparado ou prematuro, faz com que esteja aberto então a múltiplas potencialidades. É por isso que a prematuridade do ser humano é uma vantagem, pois tal  como refere o autor: “ […] oferece uma sensação de abertura de inacabamento: em suma, de extrema disponibilidade.”
Então a imaturidade biológica do recém-nascido torna as relações precoces essenciais a sua sobrevivência e desenvolvimento,  fazendo com que estas se criem de uma forma rápida e instintiva.
Tudo isto predispõe o bebé para o desenvolvimento de competências relacionais com quem dele cuida sob a forma de vinculação.
As primeiras fases de vida são decisivas para o desenvolvimento de uma criança. As relações que estabelece com o mundo que a rodeia, designadamente através dos pais, asseguram-lhe as condições para a sua sobrevivência e desenvolvimento, por exemplo, o alimento, o abrigo, o conforto e a segurança.
O médico e psiquiatra britânico, John Bowlby  desenvolveu uma teoria a partir de uma hipótese: “ A relação privilegiada que o bebé estabelece com a mãe é decisiva para o seu desenvolvimento físico e psicológico.”
                 Os laços que se vão construindo entre a mãe e o bebé, Bowlby designa-os por vinculação, apego.
                Segundo esta teoria, para assegurar estas relações existiriam esquemas comportamentais inatos que se manifestariam logo após o nascimento e que permitiam estabelecer laços com a mãe biológica. Então, chorar, sorrir, mamar, agarrar, seguir com o olhar, constituiriam os comportamentos que o bebé adotaria para manter a relação privilegiada com as figuras de vinculação, proteção.
O que podemos concluir é que a nível físico o bebé pode perfeitamente viver sem a mãe e apegar-se então a quem lhe propicia os cuidados necessários (por ex: devido a morte da mãe o bebé ser criado com os avós), mas a nível psicológico provavelmente não será tão estável como uma criança que teve a oportunidade de estabelecer uma relação materna.


                                                                                                                                        Inês Costa


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