domingo, 25 de maio de 2014

Processos de influência entre os indivíduos


Influência social

          
     É o processo pelo qual as pessoas modificam e afetam os sentimentos, as emoções e os comportamentos de outras pessoas. Por outras palavras, existe influência entre indivíduos sempre que o comportamento ou a presença de uma pessoa provoca alterações no comportamento de outras pessoas. Este processo decorre da própria interação social, não tendo de ser intencional.
       Os principais mecanismos dessa modelagem estão no reforçamento e punição. Por exemplo um amigo pode mediar comportamentos de outro amigo com quem tenha empatia sorrindo e elogiando quando ele executar um comportamento que considere agradável e desejável e criticando comportamentos que considere desagradável e indesejável.


Normalização

          Normalização é um processo de socialização que reflete as regras/normas partilhadas por um grupo e que permite ter expectativas a respeito do comportamento apropriado dos membros desse grupo.
         Um fator importante neste processo são as normas que são regras sociais básicas que determinam o que as pessoas podem ou não fazer em determinadas situações. Estes esquemas de comportamento, que acabam por ser seguidos de forma automática, são da responsabilidade dos agentes de socialização (pais, professores e outros).

Vantagens das normas:
      • Orientação do comportamento
      • Uniformização dos comportamentos dos elementos do grupo
      • Previsão dos comportamentos dos outros
      • Asseguram ao grupo uma identidade
      • Permitem estabilidade no meio


Experiência de Sherif
        
        Um sujeito é introduzido num quarto escuro e colocado a 5 metros de uma fonte luminosa. Sherif pede-lhe que avalie o movimento da luz de forma tão exata e independente quanto possível, sendo que esse movimento varia de pessoa para pessoa. Depois de trabalhar com os sujeitos individualmente, junta-os em pequenos grupos e propõe-lhes a mesma tarefa.
     
        Como vemos no gráfico, os resultados indicam que, em situação individual, as respostas começam por ser bastante diferentes umas das outras - cada um forma a sua norma individual. Depois, progressivamente, essa variabilidade diminui - abandonam a sua norma individual e estabelecem uma norma de grupo, que se mantém quando estes voltam a fazer a experiência individualmente.
       Podemos assim concluir que numa situação de grupo os sujeitos utilizaram o comportamento dos outros para a construção dos seus quadros de referência individuais.


Conformismo

       É uma forma de influência social que resulta do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento ou as suas atitudes por efeito de pressão do grupo.
      As razões que levam um individuo a ser conformista é a necessidade de ser aceite e interagir com os outros.

Fatores subjacentes ao comportamento conformista:
          • A unanimidade do grupo: a quebra de unanimidade reduz significativamente o conformismo (basta um elemento).
          • A natureza da resposta: o conformismo aumenta quando a resposta é dada em público, esta é a razão do uso do voto secreto, para assegurar o máximo de liberdade e independência na escolha.
         • A ambiguidade da situação: a pressão do grupo aumenta quando não estamos certos do que é correto.
      • A autoestima: quanto mais alta a auto estima, o grau de dependência do grupo é menor e, consequentemente, menor o grau de conformismo.


Experiência de Asch

        A experiência mais famosa e histórica deste processo é de Asch, na qual um grupo de oito indivíduos (dos quais 7 são cúmplices e apenas um deles é o sujeito experimental) é convidado a comparar uma linha padrão com outras 3 linhas desiguais, em que apenas uma dele é igual à linha padrão. Cada um dos 8 participantes dá uma resposta (errada) em voz alta, sendo que o sujeito experimental é sempre o último a responder,

     

         
         Apesar de a situação ser muito objetiva, as respostas conformistas eram numerosas, rondavam os 70%. Apenas, aproximadamente 1/3 do grupo se manteve independente das pressões do grupo, dando assim respostas corretas.


Inconformismo e inovação

             • Inconformismo – É adoção de conceções, atitudes e comportamentos que não correspondem às expetativas do grupo. As atitudes conformistas são frequentemente, objeto de crítica social, que pode ir desde o sarcasmo à sanção e marginalização.

            • Inovação – é promovida por uma minoria e visa as mudanças das normas e regras sociais de um dado grupo. Isto ocorre, normalmente, quando há conflito no interior de um grupo, que proporciona oportunidades para reflexão e procura de novas respostas e sentidos.


Obediência

            Acontece quando as pessoas não se sentem responsáveis pelas ações que realizam, sob a ordem de uma figura de autoridade; considerando que esta se responsabiliza pelas consequências dos seus atos.
           As pessoas são influenciadas a comportar-se de determinado modo, aceitando ordens que sentem a obrigação de cumprir.


Experiência de Stanley Milgram

           A experiência consistiu em reunir voluntários que assumiam o papel de um "professor" que deveria
fazer perguntas a um "aluno" e dar-lhe choques quando ele errasse a resposta. O "aluno" era, na verdade, um ator contratado por Milgram que fingia levar choques cada vez mais potentes. Conforme o voluntário hesitava em seguir com as punições, um cientista que supostamente coordenava o estudo incentivava o "professor" a seguir o procedimento.

       Mesmo vendo o sofrimento, a maior parte dos voluntários continuavam a obedecer às ordens e infligindo choques cada vez maiores e 65% das pessoas obedeceram às ordens até o fim e deram o choque supostamente fatal. 
         Nunca houve um voluntário que tenha interrompido a experiência para ajudar o "aluno". Uma pequena percentagem de participantes recusou-se a continuar e deixou a sala, mas sem prestar auxílio ou denunciar os pesquisadores que supostamente eletrocutavam pessoas.


Fatores que influenciam a obediência:
           • A proximidade com a figura de autoridade - quanto mais próxima tiver maior o grau de obediência: 
Quando as instruções eram dadas pelo telefone poucas pessoas continuavam a obedecer;
           • A legitimidade da figura de autoridade:
Quando a experiência era conduzida num edifício normal de escritórios a obediência diminuía.
           • A proximidade da vítima - quanto mais próxima tiver menor o grau de obediência:
Se a vítima só podia ser ouvida, 65% dos sujeitos iam até ao limite.
Se houvesse contacto visual a percentagem baixava.
         • A pressão do grupo:
Se estivesse presente um segundo sujeito que obedecia, a obediência chegava aos 92%. Se o outro recusava, somente 10% dos sujeitos continuavam a experiência.

                                                                                                                                     Carina Faria nº8

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