sábado, 7 de junho de 2014

A Mente

A mente – conjunto de relações entre os processos cognitivos, emocionais e conativos. O cérebro é a base fundamental da mente, mas o seu conhecimento especifico não é suficiente para esclarecer os processos que nela ocorrem. Outrora, a mente era conhecida como uma serie de componentes cognitivas ou intelectuais, independentes umas das outras. Tinha-se uma concepção muito limitada da mente, associando-a a funções meramente cognitivas, nada tendo a ver com o corpo, com a sensibilidade e com as emoções. As conclusões dos estudos feitos pelos neuro-cientistas atestam a que a mente é um sistema de interacções organizadas de modo complexo. Temos os processos cognitivos que estão associados relativamente aos processos mentais ligados ao pensamento, ou seja, á compreensão, ao processamento e à comunicação do SABER. Temos ainda os processos emocionais ligados a aspectos afectivos, agradáveis ou desagradáveis, que acompanham as nossas vivências. SENTIR. E por ultimo os processos conativos referindo se à dinamização para a acção, isto é, aos factores motivacionais e intencionais da pessoa. FAZER. Francisco Monteiro.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Psicologia aplicada em Portugal

Psicologia no trabalho e nas organizações

Na sociedade moderna, um conjunto cada vez maior de actividades é tomado por organizações, em virtude da industrialização e urbanização. 
“A nossa sociedade é uma sociedade organizacional. Nascemos em organizações, somos educados em organizações e a maioria das pessoas consome grande parte da sua vida a trabalhar em organizações. Despendemos uma boa parte do nosso tempo de lazer jogando e rezando em organizações. A maioria morrerá numa organização e, quando chega o momento do enterro, a maior organização de todas- o Estado- tem de dar autorização oficial”
Amitai Etzioni

Intervenção na psicologia no trabalho e organizações:
As organizações são unidades constituídas para atingirem objectivos específicos e que se estruturam para conseguirem. O objectivo da intervenção da psicologia nestas áreas consiste no estudo do comportamento humano no contexto organizacional tendo em conta o alcance simultâneo dos objectivos organizacionais e individuais.

Psicologia no trabalho aborda as questões de interacção homem/máquina, organização do trabalho, saúde dos trabalhadores etc. A psicologia organizacional aborda a motivação, liderança dos membros da organização, bem como as relações interpessoais. 

As varias vertentes que o psicólogo organizacional desenvolve no seu trabalho são :
-analisar a relação entre trabalho e pessoas;
-orientar o processo de selecção e formação de trabalhadores;
-analisar os processos de liderança e de gestão de recursos humanos;
-explicar e procurar prever os comportamento das pessoas no contexto de trabalho;
-avaliar a motivação e o grau de satisfação dos trabalhadores;
-compreender as relações formais e informais no interior da organização;
-procurar compreender e resolver conflitos;
-apoiar o controlo e avaliação de resultados;



Locais onde os psicólogos organizacionais podem intervir:
- Em todas as organizações, económicas, consultorias, sociais, educacionais, de saúde e da justiça, privadas ou públicas onde as questões dos recursos sejam consideradas como factores de sucesso. Podem também trabalhar em centros de investigação científica.

Psicologia clinica:
Área da psicologia aplicada que tem como finalidade a prevenção, diagnóstico e tratamento de pessoas, grupos ou comunidades que apresentam problemas de carácter psicológico. Intervém especialmente ao nível de saúde mental. O objecto da psicologia clinica é o individuo, sobre ele recai todo o trabalho do psicólogo clinico. 

Trabalho do psicólogo clinico
O psicólogo clinico não tem um domínio de intervenção especifico nem recorre a um modelo exclusivo de abordagem nem a um quadro teórico único ou técnicas estandardizadas. Perante um novo paciente o psicólogo tem uma nova abordagem e atitude, dai a diversidade nesta área. O psicólogo é ele próprio, um recurso enquanto ser individual e subjectivo.

A psicologia clinica têm varias vertentes de estudo para atingir o seu principal objectivo, tais como:
-compreender e apoiar o individuo no processo de lidar e de se ajustar a situações aversivas, isto é, acontecimentos da vida que causam sofrimento: o desemprego, o divórcio, a vivência longa de situações de stresse motivadas pelas relações familiares ou profissionais;
-apoiar a pessoa na elaboração de estratégias para fazer face à situação de crise, que se pode centrar no problema, ou procurar tornar a situação mais suportável modificando a maneira a de encarar problemas;
-desenvolver actividades de diagnóstico e de intervenção terapêutica em centros que prestem apoio a situações de risco, como toxicodependência, suicídio juvenil, violência, vítimas de abuso etc;
-intervir em situações em que outros técnicos de saúde considerem poder existir indícios de perturbações de carácter psicológico; quanto mais precoce for o diagnóstico, mais eficaz será a intervenção terapêutica;
-organizar programas de reabilitação especificamente dirigidos a pessoas que sofrem de doenças crónicas ou que, devido a doenças, perturbações mentais ou outras, apresentem dificuldades de adaptação.

Locais onde os psicólogos organizacionais podem intervir:
- Instituições de saúde e escolares. Pode intervir também em instituições que prestem assistência social ou cuidados de saúde, educação, readaptação, reeducação, promoção de saúde, etc.

















Psiquiatria

A psiquiatria é a especialidade de medicina que lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais, sejam elas de origem orgânico ou funcional, com manifestações psicológicas severas.




Adriana Mendes

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O Inconsciente

Inconsciente
Freud  afirma que não é possível compreender muitos aspetos do comportamento humano como certas patologias. Tem que se admitir a existência do inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual.

Psiquismo
    Freud apresenta em dois momentos duas interpretações do psiquismo da mente humana: a primeira e a segunda tópica.
    Na primeira tópica recorre à imagem do iceberg: o consciente corresponde à parte visível, enquanto o inconsciente corresponde à parte submersa, do iceberg. O  inconsciente exerce uma forte influência no comportamento. Ao consciente, constituído por imagens, ideias, recordações, pensamentos, é possível aceder através da introspeção. Os materiais inconscientes que não são acessíveis através da autoanálise, tendem a tornar-se conscientes.
A partir de 1920, apresenta a segura teoria sobre a estruturação do psiquismo, que é constituído por três estâncias: id, ego e superego.


  • O id é a zona inconsciente primitiva, a partir do qual se forma o ego e o superego. Existe desde o nascimento e é constituída por pulsões, instintos e desejos desconhecidos estando desligado do real. Rege-se pelo princípio do prazer que tem como objetivo a realização, a satisfação imediata dos desejos e pulsões maioritariamente de origem sexual. É o reservatório da libido.
  • O ego é a zona consciente que se forma a partir do id. Rege-se pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id que podem ser realizados. Forma-se durante o primeiro ano de vida.
  • O superego é a zona que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização, interação de modelos como os pais, professores e outros adultos. Pressiona o ego para controlar o id e forma-se entre os 3 e os 5 anos.



Sexualidade
Grande partes dos sintomas dos seus pacientes devem-se a conflitos psíquicos relacionados com a sexualidade.  Muitos desses conflitos remetiam a experiências traumáticas, vividas na infância e recalcadas no inconsciente.
Freud esclarece que a sexualidade não envolve apenas a genitalidade, corresponde a todo tipo de prazer.
O desenvolvimento da personalidade processa-se então numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde o nascimento até a adolescência.
O estádio oral decorre entre o nascimento aos 12/18 meses,  o bebé obtém prazer através de várias ações como: mamar no seio da mãe, levar objetos à boca, ganhar experiência e controlo sobre si próprio. Neste estádio a zona erógena é a boca, lábios e língua. O conflito psicossexual é o desmame que ocorre no fim do período do estádio oral, em que o bebé deixa de mamar.
O estádio anal decorre entre os 12/18 meses até aos 3 anos. O bebé obtém prazer ao reter e expulsar as fezes, obtendo também prazer através da estimulação oral. É nesta fase que se faz a educação para a higiene, relativamente à qual a criança cede ou se opõe ao cumprimento das regras.
O estádio fálico decorre entre os 3 e os 6 anos. A criança tem tendência a seguir os hábitos do progenitor do mesmo sexo e ao mesmo tempo sente-se atraído pelo progenitor de sexo oposto. As crianças sentem uma curiosidade entre a menina e o menino e começam a masturbar-se.
O estádio de latência  decorre entre os 6 anos e a puberdade. Neste período de tempo a criança começa a dar importância as relações com os colegas e começa a deixar de se interessar tanto pela actividade sexual.
O estádio genital ocorre após a puberdade. Neste estádio as pessoas de sexo aposto têm tendência a sentirem-se atraídas uma pela outra. O prazer sexual envolve todo o corpo, integrando o órgão genital quando estimulado pelo parceiro.

Bento Martins

As Necessidades e os Desejos no Ser-Humano


Necessidades
As necessidades modelam-se pela satisfação da dimensão biológica, que ao mesmo tempo, são marcadas pela dimensão sócio-cultural.
As necessidades são de extrema importância (vital), pois satisfazem as necessidades que fazem com que o sistema mental se mobilize, como por exemplo, a alimentação.
São também as necessidades que levam o ser humano a «criar» culturas.

Desejos
Enquanto que as necessidades nos põe em causa a sobrevivência, os desejos são algo que nós aspiramos, e que sobrevivemos caso estes não sejam realizados.
Os desejos variam de individuo para individuo, dependendo do plano de vida de cada um, e estes motivam o individuo, apesar de que, alguns desejos serem considerados uma utopia.
Os desejos estão unicamente relacionados com a dimensão psicossocial, pois estes fazem parte dos nossos sentimentos.

Necessidades e Desejos no Ser-Humano
O individuo comum tende a confundir necessidade e desejo, e mesmo para quem estuda a área de psicologia é difícil diferenciar estes dois conceitos.
A grande questão: será o comportamento sexual uma necessidade ou um desejo?
Para mim, o comportamento sexual situa-se entre a necessidade e o desejo, porque ao mesmo tempo em que o individuo satisfaz uma necessidade, também experencia o prazer resultante deste comportamento.

Com esta questão, concluímos que os desejos têm origem nas necessidades, ou seja, é a partir das necessidades e da satisfação das mesmas, que se constitui o desejo.

                                                                                                                          Patrícia Pinto

Conhecer, relacionar-se e agir com o mundo

Processos cognitivos ( Conhecer, mente ): O saber sobre nós, os outros e o mundo. 
Processos Emocionais ( Relacionar-se, pensamento): Ligados ao sentir ou emoções.
Processos conativos (Agir, tomada de decisão): Ligados ao fazer e ao agir.
Tudo isto leva ao: 
Eu psicológico: A nossa mente é quem, através destes processos, permite que orientemos a nossa vida quotidiana.





A MENTE é um sistema de construção do mundo. Esta recolhe informações do ambiente, interpreta e com elas cria representações.
A informação não possui qualquer significado, no início, e para que a representação possa ser útil, tem de ter significado para a mente. Produz cenários e imagens do que ainda não aconteceu, ou seja, projeta, imagina, idealiza.






O PENSAMENTO é com a mente que pensamos: pensar é ter uma mente que funciona. O pensamento é uma operação da mente que é contínua e que abrange quase todos os nossos processos mentais. Envolve, portanto, todas as atividades mentais associadas com a formação de conceitos, a resolução de problemas, a decisão, a compreensão, a descoberta, planificação, criatividade, imaginação, memória e a aprendizagem complexa.
RESOLUÇAO DE PROBLEMAS:
Como preparação temos conhecer os dados do problema, compreendermos as dificuldades que nos coloca o problema e por fim identificar o problema. A Incubação corresponde ao período de tempo em que não nos debruçamos sobre o problema de forma consciente, mesmo praticando outras atividades estamos sempre e pensar inconscientemente no problema, é um fase muito produtiva os dados são “trabalhados”. A produção consiste em colocarmos e analisarmos as hipóteses de resolução e todas as  dificuldades desta fase estão relacionadas com o problema e com a familiaridade da questão em causa por fim fazemos a opção do que consideramos ser a melhor para o problema. Por fim a verificação onde optamos pela solução melhor e depois de verificada e aplicada, teremos de avaliar os resultados. Quando a solução não é a adequada, teremos de reiniciar o processo e por vezes o problema tem de ser reinterpretado. E pode ser influência por experiências passadas, conhecimentos prévios relacionados com o problema e a motivação da pessoa.

A TOMADA DE DECISÃO do dia-a-dia fundamentam-se mais sobre modelos mentais.Mas as nossas decisões são afetadas por diferentes variáveis, como as de motivação que alteram a decisão de forma consciente ou inconsciente, as de conhecimento que quanto mais informados estivermos sobre as várias alternativas e possíveis consequências, maior será a probabilidade de se decidir bem. Os fatores emocionais e das normas de grupo afetam a decisão. Afeta o tipo de informações que se tiveram em conta e a maneira como são interpretadas relativamente aos desafios.





Inês Moinhos

quarta-feira, 4 de junho de 2014

António Damásio

António Rosa Damásio nasceu em Lisboa a 25 de Fevereiro de 1944.
É um médico neurologista, neuro cientista português.
Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde veio também a doutorar-se. Após uma estadia no Centro de Investigação da Afasia de Boston (Estados Unidos), regressou ao Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Lisboa. Entre os anos de 1996-2005 Damásio trabalhou no hospital da University of Iowa.
Tem  conhecimentos em neuro biologia do comportamento humano e  é investigador das áreas cerebrais responsáveis pela tomada de decisões e conduta.
Observou o comportamento em centenas de doentes com lesões no córtex pré-frontal, permitindo concluir que, embora a capacidade intelectual se mantivesse intacta, esses doentes apresentavam mudanças constantes do comportamento social e incapacidade de estabelecer e respeitar regras sociais.
Os seus estudos debruçam-se sobre a área designada por ciência cognitiva, e têm sido decisivos para o conhecimento das bases cerebrais da linguagem e da memória.
Em 2010 é distinguido com o prémio Honda, atribuído pela Honda Foundation, no valor de 80 mil euros, aproximadamente.

Damásio e a mente 

Damásio procura compreender a mente a partir do funcionamento do cérebro. Rejeita o dualismo corpo-mente, afirmando que a mente é uma produção do cérebro.
Para Damásio, assim como os nossos sentido nos dão a conhecer o mundo exterior através de processos de activação nervosa, as emoções são padrões de activação nervosa que correspondem a estados do nosso mundo interior. As emoções são, portanto, representações cognitivas de estados corporais.
Damásio encara, então, o organismo como uma totalidade em constante interacção com os meios exteriores e interior: o corpo, o cérebro e a mente agem em conjunto, porque são uma realidade única.
As emoções e os sentidos estão inteiramente relacionados com a razão, são os alicerces da mente: integram os processos cognitivos e a capacidade de decidir, bem como a consciência de si próprio. São como que orientadores, guias internos que nos permitem sentir os estados do corpo (prazer, dor, alegria, tristeza, desejo, felicidade, etc); são também emissores de sinais que servem de comunicação aos outros.









Vitor Antunes

Problemas e conceitos teóricos estruturadores da psicologia

Interno/externo


Ao longo da história da psicologia, o polo interno tem aparecido ligado ao corpo e à sua biologia, isto é, ao que se passa dentro de nós. Por outro lado, relacionamos no interior, o
interno às cognições, às emoções, aos pensamentos, aos sentimentos que foram encarados, durante muito tempo, como algo que se passa dentro de nós, no interior da nossa cabeça.
Ao polo externo associam-se o contexto e a situação, as relações de socialização, as influências da cultura: o externo tem sido relacionado com os estímulos que nos afetam, com os acontecimentos que experimentamos, com as condições em que vivemos. Achar que o comportamento humano, ou o que somos em certa altura da nossa vida, pode ser explicado apenas pelo que se passa no interior ao apenas pelo que se passa no nosso exterior, é não compreender que o interior e o exterior existem num permanente diálogo, na interacção que a cada momento nós vivemos com o mundo que nos rodeia.

Individual/social

As conceções que se centram nos aspectos individuais sublinham as características humanas que remetem para o corpo capaz de se adaptar ao meio através dos comportamentos reflexos, das emoções básicas e da satisfação das necessidades primárias. É no âmbito de uma cultura, pela socialização que as potencialidades do património genético se podem desenvolver.
As conceções que se centram nos aspectos sociais radicam o carácter do ser humano na vivência social, no pertencer a uma comunidade.


Comportamento observável

Para Watson, o comportamento é um conjunto de respostas de um indivíduo (R) a um estímulo (E) ou a um conjunto de estímulos. R=f(S)
O objectivo desta corrente (que se designa behaviorismo) é estabelecer as relações entre os estímulos e as respostas entre causas e efeitos.
O comportamento pode ser objectivamente observado e quantificado manifestando-se através de movimentos musculares e secreções glandulares.~

O papel do meio
Uma ideia central do behaviorismo decorre da sua conceção do ser humano: uma página em branco inicial que o meio e a educação vão moldar. Os comportamentos são, portanto, aprendizagens condicionadas pelo meio onde nos encontramos inseridos. O ser humano reage aos estímulos exteriores em função dos reflexos condicionados que adquiriu.

Cognição

Desenvolvimento cognitivo
Segundo o modelo explicativo de Piaget o sujeito constrói os seus conhecimentos pelas suas próprias acções, as estruturas da inteligência são produto de uma construção continua do sujeito em interacção com o meio.
Piaget defende uma posição interaccionista, onde o sujeito é um elemento activo no processo de conhecer, ou seja, o conhecimento depende da interacção entre as estruturas inatas do sujeito e os dados provenientes do meio.
Todo o processo interactivo desenvolve-se por etapas, ou seja, estádios de desenvolvimento. A concepção de Piaget acaba por superar a dicotomia inato/adquirida que marca a história do pensamento.

As grandes questões
* Como se desenrola o desenvolvimento cognitivo?
* Como se constrói o pensamento?
* Como se processa o conhecimento?


A inteligência constrói-se ao longo do tempo por estádios.
Existem 5 conceitos-chave da teoria de Piaget: esquema, adaptação, assimilação, acomodação e equilíbrio.
Por esquemas as experiências novas são assimiladas num esquema sendo este criado e modificado por acomodação.
A adaptação consiste na modificação dos comportamentos proporcionando o equilíbrio das relações entre o organismo e o meio.
A adaptação decorre da assimilação que consiste na integração de novos dados nos conhecimentos, nas estruturas anteriores e da acomodação que consiste na modificação das estruturas mentais em função das situações novas.
Não existe acomodação sem assimilação, assim como também são necessárias novas estruturas de acomodação para que continuem a processar-se novas assimilações.
A inteligência constrói-se pela equilibração entre os processos de assimilação e acomodação, é um mecanismo que adequa estes dois processos um ao outro.
A reestruturação permite à criança manter uma coerência na sua compreensão do mundo.

                                                                                                                       Rita Terrão

terça-feira, 3 de junho de 2014

A Psicologia Aplicada em Portugal

A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E PROFISSIONAL


A orientação vocacional e profissional é uma área indispensável na vida pessoal de cada um, uma vez que, a escolha de um curso ou de uma profissão é uma decisão muito importante na vida de um indivíduo pois ambos estão, de certa forma, relacionados com a satisfação e realização pessoal do mesmo.    

A tomada desta decisão é complexa e apela a níveis de autoconhecimento, maturidade e processamento de informação que nem sempre um indivíduo consegue ou é capaz de dominar. Daí a necessidade de recorrer a ajuda de profissionais que proporcionem um espaço privilegiado de reflexão, que conduza ao auto conhecimento, e que visem fornecer um apoio especializado na construção do futuro do jovem.

Sendo uma área que atua principalmente nos jovens, é necessário que quem a exerça seja alguém que possua uma certa sensibilidade para lidar com um vasto leque de personalidades e conseguir chegar ao jovem em questão e ajudá-lo a orientar o seu futuro.
Essencial perceber que a área vocacional não é uma área onde apenas se realizam testes vocacionais. Abrange muitos outros objetivos como o auxílio a nível pessoal. Esse auxílio poderá evitar problemas, como por exemplo, na aprendizagem ou então distúrbios comportamentais ou emocionais.

A dificuldade na aprendizagem tem um forte impacto não só sobre a vida da criança como também sobre o meio envolvente no qual a esta se encontra inserida. As dificuldades que o jovem apresenta na aprendizagem são maiores do que as naturalmente esperadas para a maioria dos jo
vens da mesma idade e é, muitas vezes, resistente ao esforço pessoal e ao dos professores gerando, consequentemente, um aproveitamento pedagógico insuficiente e uma auto estima negativa. Uma vez que o jovem começa a achar que possui um nível intelectual ou uma capacidade de raciocínio inferior aos seus colegas.
Esta dificuldade pode ser consequência do facto de o jovem se encontrar “perdido” uma vez que ainda não foi capaz de encontrar o seu lugar no mundo, um objetivo de vida ou um rumo. Consequentemente pode também desenvolver problemas ou perturbações a nível comportamental. São sinais de alerta  para o desenvolvimento destas perturbações, comportamentos muito fora do normal que ultrapassem seriamente as regras aceites na família e na comunidade. Estes comportamentos mantêm-se de forma contínua, durante meses ou anos, e é algo que pode vir a interferir no desenvolvimento da criança/jovem e posteriormente na sua integração, também como pode interferir, no funcionamento familiar, escolar e outras atividades.

Os medos, tristezas, preocupações  e ansiedade são de facto normais ao longo do crescimento, desde que estas se mantenham dentro de certos limites e não perturbem o funcionamento e desenvolvimento saudável da criança/jovem. Caso contrário, é importante avaliar e intervir, pois  estes sentimentos nem sempre são transitórios e facilmente ultrapassáveis, podendo acarretar consequências sérias para o seu bem-estar. Um apoio especializado e consistente será sempre uma mais-valia para estas crianças e jovens.





É importante que se tenha consciência que o indivíduo deve seguir a área que deseja e na qual ele se irá sentir realizado. Não deve seguir uma profissão apenas por esta garantir estabilidade financeira ou por ser prestigiada. Deve seguir aquilo que deseja, aquilo que gosta para prevenir, no futuro, pôr em causa o seu bem-estar e equilíbrio. Daí o psicólogo vocacional ser muito importante pois ajuda o indivíduo a conhecer as suas capacidades, interesses, conciliando-as com as oportunidades/ofertas existentes no mercado de trabalho.







PSICÓLOGO COMO PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO

O psicólogo deve proporcionar e potenciar o bem-estar do indivíduo. Ou seja, deve promover capacidades e modos que tornem as pessoas mais aptas para resolverem os seus problemas e torná-las capazes de lidarem, de forma mais positiva, as situações que as confrontam.
Promover o desenvolvimento é promover a transformação das pessoas e ajudá-las a compreender o que se passa e de encontrarem significados para as suas ações.
O psicólogo deve não só ajudar o paciente a lidar com problemas como o stress, deve fazer com que ele participe na definição do problema e abrir-lhe o campo de visão, ou seja, fazer o indivíduo ver o problema nos seus diferentes níveis.
A promoção do desenvolvimento é a melhor maneira de evitar o aparecimento de distúrbios mentais, assim como de ajudar as pessoas a levarem ou comandarem a sua vida de uma forma mais saudável de forma a garantir o seu bem-estar.




PSICÓLOGO CLÍNICO

Muitas vezes os problemas atingem certa dimensão que se tornam impossíveis de ultrapassar sem ajuda. Entre eles, encontra-se: a ansiedade, a angústia, as fobias ou as doenças psicossomáticas (doença física ou não que tem origem somente na mente do indivíduo).
Os sintomas associados a estas problemáticas acabam por ter uma interferência crescente e podem impossibilitar a realização das tarefas diárias.
Noutros casos, em vez de uma marcada sintomatologia encontramos indivíduos portadores de um desinteresse generalizado. A vida para eles parece desprovida de sentido, de objetivos. Os seus relacionamentos escasseiam ou então demonstram ser inconstantes ou insatisfatórios. Consequentemente, o isolamento aumenta e a tristeza toma um carácter permanente que se pode vir a aprofundar e tornar-se numa depressão.
Quando o bem-estar e o equilíbrio do indivíduo estão em causa deve-se recorrer à ajuda de psicólogos. Este faz uso da sua formação permite-lhe e, através da psicoterapia, processo que visa explorar as áreas onde se encontram as dificuldades emocionais, aumenta a capacidade do indivíduo de lidar e a resolver os seus problemas.
Todo este processo é feito sem a prescrição de receitas médicas, uma vez que essa é a área da psiquiatria.
O psicólogo clínico dedica-se a acompanhar e reinserir o indivíduo no seu quotidiano, bem como a restaurar o seu equilíbrio emocional de forma a promover e a garantir a sua saúde mental.

Carolina Veiga

A Psicologia Aplicada em Portugal

Actualmente, a psicologia aplicada, ou seja, a dimensão prática da psicologia tem sofrido uma progressiva especialização. Na sociedade portuguesa estão mais presentes áreas como a psicologia educacional, a psicologia do trabalho e das organizações, a psicologia vocacional e profissional, a psicologia criminal/forense e a psicologia desportiva.


PSICOLOGIA EDUCACIONAL

A psicologia educacional dedica-se à abordagem das questões de ensino e aprendizagem de indivíduos de todas a faixas etárias. De facto, nas sociedades ocidentais, a questão da educação deixou de dizer respeito somente ao período de escolaridade formal. Criou-se um novo conceito de educação – o conceito de formação contínua. Isto deve-se a avanços tecnológicos que exigem uma formação integral e permanente ao longo da vida. Portanto, o psicólogo educacional já não é apenas o psicólogo escolar que se centra em crianças/jovens com dificuldades em aprender.

O objectivo da intervenção do psicólogo educacional é promover nas pessoas, nos grupos, nas instituições ou nas comunidades condições para um desenvolvimento e aprendizagem que permitam que as pessoas encarem positivamente e de forma autónoma os desafios que a vida lhes coloca. Por outras palavras, podemos dizer que este psicólogo intervém para se tornar dispensável, promovendo nos alvos da sua intervenção a autonomia necessária a prosseguirem sozinhos o seu percurso de vida.

A intervenção de um psicólogo educacional tem um carácter preventivo, embora também possa assumir uma posição remediativa. Este psicólogo intervém em diferentes níveis – individual, em grupo, institucional ou comunitário. Pode estar presente em creches, jardins-de-infância, instituições de reeducação, internatos, universidades, instituições que se dedicam à ocupação dos tempos livres, estruturas do Ministério da educação. Podem também fazer assessoria na elaboração de campanhas educativas e na produção de materiais pedagógico-didáticos e fazer formação de determinados técnicos (médicos, enfermeiros, animadores culturais).

Antes da elaboração de um plano de intervenção, o psicólogo deve:

  • Identificar os estágios do processo de desenvolvimento – aos diferentes estágios (criança, jovem e adulto) correspondem diferentes tipos de ensino e aprendizagem;
  • Conhecer as diferenças – os indivíduos têm características, competências e conhecimentos diferentes, pelo que os processos de aprendizagem têm de ser distintos (por exemplo, casos de deficiência física/mental, sobredotação e de imigração);
  • Compreender o processo de aprendizagem humana (i.e. perceber como é que as pessoas aprendem), de modo a edificar estratégias de ensino;
  • Compreender os factores motivacionais, de modo a promover uma aprendizagem activa e participativa;
  • Avaliar as competências e os conhecimentos com o fim de aferir e reorientar o processo de aprendizagem. 

Tendo em conta que um psicólogo educacional está tradicionalmente relacionado com o meio escolar, torna-se importante enunciar algumas das suas funções a este nível.

  • Ajudam a elaborar programas de aprendizagem ajustados, em conjunto com os professores;
  • Acompanham alunos/grupos de alunos com necessidades educativas especiais;
  • Promovem acções de formação para os participantes em processos educativos (pais, professores, auxiliares de educação). 


PSICOLOGIA CRIMINAL/FORENSE

Este ramo da psicologia é dedicado ao estudo do crime e de todos os protagonistas que estão relacionados com o desvio e a transgressão. Procura identificar as causas que conduzem aos comportamentos desviantes, os mecanismos que os desencadeiam e os efeitos sociais desses comportamentos.

A psicologia criminal ou forense relaciona-se com o sistema jurídico e faz confluência entre o direito e a psicologia. De facto, a atitude face ao comportamento humano destas duas áreas é distinta. O objecto de estudo da psicologia é o comportamento humano e os estados mentais. Por outro lado, o objecto de estudo do direito é a norma jurídica. O direito faz a distinção entre lícito/ilícito e normal/anormal tendo por referência as normas jurídicas estabelecidas pela sociedade, procurando disciplinar o comportamento humano. A confluência destas duas perspectivas permite interpretar e agir sobre uma das questões mais alarmantes da sociedade contemporânea – o combate ao crime. Estudos levados a cabo pela psicologia puseram em causa a eficácia do aumento das penas na diminuição das transgressões criminais.

O trabalho de um psicólogo criminal é bastante diversificado, destacando-se algumas tarefas:

  • Participação na selecção e formação de pessoal da polícia e guardas prisionais – apoiam os agentes a gerirem incidentes e conflitos e a desenvolverem competências que facilitem as interacções com e entre os reclusos;
  • Diagnóstico de reclusos com perturbações comportamentais (agressividade e isolamento) e psicológicas (depressão, insónias, crises de identidade, sentimentos de culpa) e aplicar terapias individuais ou de grupo;
  • Acompanhamento de reclusos em situações de liberdade condicional e, quando libertados, na reinserção na vida ativa;
  • Prestação apoio na análise de penas alternativas ao encarceramento (serviço comunitário);
  • Participação no diagnóstico de imputabilidade de um acusado e, por isso, isento de pena;
  • Prestação de testemunhos em tribunal;
  • Avaliação de falsas memórias em depoimentos de testemunhas;
  • Avaliação de situações de stress dos agentes da polícia e guardas prisionais;
  • Prestação de apoio a vítimas de violência doméstica, abusos sexuais, entre outras formas de violência;
  • Prestação de apoio à polícia na definição de perfis psicológicos que ajudem à identificação e captura de criminosos e investigação de crimes.

Um psicólogo forense pode intervir em organizações como estabelecimentos tribunais, centros de custódia de menores, estruturas policiais, instituições de apoio a vítimas e projectos comunitários que visam a prevenção de comportamentos ilícitos.


TÉCNICOS DE SAÚDE MENTAL: PSICANALISTAS

É bastante comum a confusão entre psicólogos, psiquiatras, psicanalistas e psicoterapeutas. Efectivamente, são todos técnicos que intervêm ao nível da mente.

Um psicanalista trabalha para melhorar a relação de um ser com o mundo e com as suas questões existenciais sem fim. Este profissional trabalha com pessoas que sentem dificuldade em lidar com os universos interior e exterior.

O trabalho de um psicanalista baseia-se nas conceções de Freud e recorre a técnicas do método psicanalítico. De forma geral, a psicanálise tem como objectivo auxiliar no autoconhecimento e na habilidade em lidar com problemas do próprio eu.

Factores como níveis de stress elevados, pressão profissional e diferenças de comportamento e ideais com as pessoas com quem convivem, poderão dificultar a integração de um sujeito no meio social e, consequentemente, farão com que a pessoa se sinta excluída. Deste modo, aumenta a necessidade de procura de ajuda junto destes profissionais.

Um psicanalista ajuda o indivíduo a desenvolver inteligência e tolerância social com os que o rodeiam; a suportar as responsabilidades; a encarar as frustrações da vida.

O tratamento realizado por um psicanalista não tem uma duração exacta, tudo dependerá de como a pessoa está disponível para enfrentar os seus medos e as suas dificuldades.

Em Portugal, o processo de formação de um psicanalista é delineado pela Sociedade Portuguesa da Psicanálise. É a SPP que elabora e coordena os programas de formação. Os candidatos à formação devem ser maiores de 25 anos; ter uma licenciatura de preferência em psicologia ou medicina; ter experiência clínica mínima de 1 ano, na área da saúde mental, devidamente comprovada; ter uma análise pessoal com uma duração de pelo menos 2 anos, com um analista titular da SPP, com uma frequência de 3-4 vezes por semana.


O PSICÓLOGO COMO PROMOTOR DE ADAPTAÇÃO E AUTONOMIA

Embora existam diferentes áreas e especialidades na psicologia, os psicólogos têm objectivos comuns, tais como: a prevenção e remediação de distúrbios mentais e comportamentais; a melhoria da adaptação das pessoas a experiências pessoais e sociais; a promoção de autonomia a nível social.

As perturbações psicológicas e os distúrbios comportamentais dificultam a adaptação das pessoas que os suportam. Uma pessoa com elevada ansiedade social poderá ter limitações no campo profissional.

A intervenção de um psicólogo tem como objectivo facilitar a adaptação de uma pessoa aos diferentes contextos e situações da vida. No caso de uma pessoa com grande ansiedade social, o ensino de estratégias de relaxamento e formas de evitar pensamentos autodepreciadores ajuda ao seu ajustamento social.

No entanto, a facilitação da adaptação poderá não contribuir para uma maior autonomia. A pessoa pode controlar melhor a sua ansiedade, mas pode ainda não ter desenvolvido modos de agir a nível social.

É crucial que a ação de um psicólogo vise capacitar as pessoas para participarem de forma autónoma nas suas relações. Mais do que ajudar uma pessoa a adaptar-se, ou seja, conformar-se com aquilo que é esperado numa situação, é importante ajudá-la, nas suas relações com os outros, a determinar as suas formas de ser e comportar de modo responsável e crítico.

Joana Guimarães

A PSICOLOGIA APLICADA EM PORTUGAL

PSICOLOGIA DESPORTIVA

A psicologia do desporto procura conhecer e desmistificar processos psicológicos subjacentes à atividade física e desportiva. É direcionada para o máximo rendimento nas competições importantes, sendo que, o atleta é mentalmente preparado para conseguir ter um elevado desempenho sobre pressão e para conseguir ultrapassar momentos críticos em competição.
O treino dos processos mentais é necessário para complementar e potenciar as outras áreas do atleta para assim poder atingir o melhor rendimento possível no treino e na competição.
 Podem-se identificar dois objetivos primordiais: compreender como os fatores psicológicos afetam o rendimento físico dos indivíduos e compreender como o exercício e a participação desportiva afetam o desenvolvimento, a saúde e o bem-estar psicológico dos indivíduos.
 Os psicólogos do desporto intervêm junto dos clubes, das equipas desportivas como colectivo e dos colegas enquanto indivíduos, procurando sempre aspectos pessoais e biológicos para assim conseguirem aperfeiçoar a atividade física dos atletas, como por exemplo, o conjunto de movimentações feitas por um atleta desde a sua vida pessoal até à sua participação no desporto.
É, ainda, imprescindível que o atleta identifique as condições que mantêm o seu comportamento, ou seja, as suas motivações, para assim poder ter mais convicção e comprometer-se mais com o desporto. É este compromisso que permitirá o trabalho com as técnicas para a melhoria do rendimento.

Um estudo publicado no Journal of Applied of sport Psychology, onde examinaram as características psicológicas dos campeões olímpicos mostrou que todos os atletas apresentam:
A capacidade de lidar e controlar a ansiedade;
Confiança;
Inteligência desportiva;
A capacidade de bloquear as distrações;
Competitividade;
A ética de trabalho duro;
A capacidade de definir e atingir metas;
Altos níveis de esperança disposicional (predisposição para responder de certa maneira em determinado contexto)
Otimismo
Perfecionismo adaptativo


A intervenção psicológica ao nível do exercício visa, assim, promover o bem-estar do praticante, aumentar a sua auto-estima, recuperar o desempenho inferior às capacidades, recuperar a atenção e concentração, reduzir a ansiedade, a preocupação a depressão relativa à competição em que se encontra, ajudar a resolver os problemas com as lesões e problemas pessoais, promover o desenvolvimento global e harmonioso do indivíduo, estudando as repercussões psicológicas das diferentes práticas e aconselhando as condições em que ela deve ocorrer.






















PSICOTERAPEUTA

A psicoterapia é a principal linha de tratamento para qualquer assunto referente ao psiquismo. O psiquismo é a força que comanda ou pode comandar a energia magnética que possuímos. Assim, quando em harmonia, o psiquismo coordena o nosso magnetismo, de forma atrair acontecimentos positivos, a partir dos pensamentos que geramos (pensamentos também eles positivos).
A psicoterapia é um processo de exploração do funcionamento psicológico do cliente com a ajuda do terapeuta, levando a um maior autoconhecimento em relação a fatores como a influência da história pessoal nos comportamentos, a personalidade e os padrões de relacionamento interpessoal.
Assim, a psicoterapia trata diversos problemas psicológicos como a depressão, a ansiedade e as dificuldades de relacionamento com as outras pessoas.
Os Psicoterapeutas são Psicólogos ou Médicos que tiraram uma formação especializada em Psicoterapia numa determinada Sociedade.

Existem vários tipos de psicoterapias.
A psicanálise tem como objetivo desvendar as causas inconscientes que se manifestam nas perturbações dos clientes.

As terapias cognitivo-comportamentais visam eliminar os comportamentos perturbadores (fobias, comportamentos obsessivos e compulsivos, entre outros).
Através da reaprendizagem e do condicionamento as pessoas aprendem novas formas de agir e de pensar. Estas terapias não alteram a personalidade, mas o comportamento. A pessoa aprende a viver as situações de outro modo.

As terapias sistémicas agem sobre a maneira como interagimos com os outros e nas dificuldades de comunicação. Este tipo de terapia considera que o sofrimento, o problema apresentado pela pessoa só se pode compreender no contexto dos grupos a que pertence, ou seja, defende que as dificuldades de uma pessoa são a manifestação de problemas comunicacionais, por exemplo, no local de trabalho ou na família.
Os psicoterapeutas analisam e trabalham os problemas de comunicação de maneira a ultrapassarem-se as perturbações.

As terapias humanistas  têm como objetivo o desenvolvimento das potencialidades pessoais, uma vez que, o ser humano possui em si uma força de autorrealização (tendência do indivíduo de desenvolver-se e crescer como pessoa), que é muitas vezes impedida, por fatores externos, de se desenvolver plenamente.







PSICÓLOGO, PROMOTOR DE DESENVOLVIMENTO E AUTONOMIA


Os psicólogos orientam a sua ação por objetivos mais ou menos partilhados: a prevenção e a remediação de doenças mentais e distúrbios comportamentais, a melhoria da adaptação das pessoas às suas experiências e relações e, por fim, a promoção da autonomia e desenvolvimento pessoal.
Existem, assim, três tipos de prevenção:
A Prevenção primária tem como objetivo fazer diminuir a frequência com que surgem determinados problemas mentais ou comportamentais numa determinada população ou comunidade.
Por exemplo, campanhas educativas sobre os riscos do uso de álcool e drogas.
A Prevenção secundária visa a identificação precoce de problemas mentais e comportamentais, uma vez que, se estes problemas forem identificados na fase inicial há uma maior possibilidade de agir sobre eles de modo eficaz e, assim, prevenir outras perturbações mais severas.
Um exemplo é a intervenção em crianças que tendem a isolar-se socialmente. A intervenção procura prevenir que este comportamento dê origem, por exemplo, a uma depressão ou a perturbações ansiosas por parte das crianças.
A Prevenção terciária trabalha com pessoas que sofrem de perturbações crónicas ou que foram tratadas relativamente a problemas que apresentaram em determinada altura da sua vida.
Procura-se aumentar as possibilidades de estas pessoas participarem de forma ativa e satisfatória na vida das suas comunidades e, desta forma, prevenir outros problemas que possam surgir derivados da situação em que o problema que tiveram as colocou.
Um exemplo, são os programas de reintegração social de ex-reclusos. A intervenção pode passar por apoiar o recluso no seu regresso à sua comunidade de origem, facilitando, por exemplo, a sua busca de trabalho.


Faz-se outra distinção relativamente às diferentes ações e estratégias preventivas utilizadas pelos psicólogos na sua intervenção profissional. Distingue-se prevenção centrada na situação e prevenção centrada nas competências.
A Prevenção centrada na situação desenrola-se de forma a reduzir os fatores de perturbações que afetem as pessoas ou as relações que mantêm.
Um bom método é encontrar um espaço para as mães trabalhadoras deixarem os seus filhos enquanto estão a trabalhar, de forma a prevenir problemas de funcionamento organizacional, como por exemplo, a baixa produtividade derivada de estados de ansiedade e stress.
A Prevenção centrada nas competências procura equipar os indivíduos com competências que os ajudem a viver determinadas situações das suas vidas de um modo que não leve ao surgimento de perturbações mentais ou comportamentais.
Como por exemplo, ações que visam a aquisição de competências sociais para evitar que surjam problemas emocionais ou comportamentos agressivos em pessoas que têm dificuldades em estabelecer relações sociais satisfatórias com outras pessoas.

É, muitas vezes, importante combinar estas duas e atuar tanto ao nível das situações como ao nível das competências.

Solange Martins

Conceitos base do comportamento humano

Em psicologia, diferentes concepções originam diferentes orientações ao que chamamos dicotomias, ou seja, duas ideias opostas.
Há muitos séculos que se questiona a origem das características do ser humano, o que o leva a ter determinados comportamentos. Diferentes autores colocaram-se nos pólos extremos da dicotomia: o pólo inato e o pólo adquirido para defenderem a sua opinião.
Pólo inato: desta prevalência defendem que o comportamento do ser humano é determinado pela hereditariedade, ou seja, o património genético herdado pelos progenitores definiria a constituição orgânica e psicológica dos indivíduos. Essas características seriam inatas, nasciam connosco.
Pólo Adquirido: defende que são as nossas experiências sociais e culturais que determinam a nossa maneira de ser. Assim nós seríamos produto do que aprendemos e dos ambientes em que vivemos.

Consciência
Wunt definiu como objecto de estudo de psicologia a consciência e os processos mentais. A consciência era constituída por processos mentais, estes processos são basicamente as varias partes distintas e esses elementos mais simples são as sensações. Para ele, a consciência tem um papel activo na organização do seu próprio conteúdo. Ele interessou-se em perceber como as sensações se organizavam em processos psicológicos mais complexos.
Os elementos da consciência são as sensações e os sentimentos.
As sensações ocorrem sempre que um órgão dos sentidos é estimulado e esta informação é enviada ao cérebro. O componente subjectivo da sensação são as qualidades ou informações que vêm associadas as sensações.

Wunt para conhecer os métodos da consciência utiliza um método, o método da introspecção controlada, ou seja, só o sujeito que vive a experiência é que pode escreve-la, reflectindo sobre os seus estados psicológicos em condições experimentais.

Raquel Moreira nº22

Watson

John Broadus Watson foi um psicólogo estadunidense, considerado o fundador do comportamentismo ou comportamentalismo. Foi um aluno médio, durante o seu percurso escolar, até chegar à Universidade de Chicago. Frequentou o curso de Filosofia, mas desiludido com a orientação, muda para Psicologia.
Watson argumentava que os psicólogos não deveriam estudar os processos mentais nem conscientes nem os inconscientes, pois para ele a psicologia só podia ser o estudo do que é observável e verificável.
Nas suas pesquisas com animais, há um aspeto marcante que deve ser destacado, Watson ficou impressionado com os vastos conhecimentos que adquiriu em relação ao comportamento animal, sem qualquer referência á mente ou a processos mentais das suas cobaias. Numa famosa experiência com uma criança de 11 meses de idade, chamada Little Albert, o psicólogo Watson mostrou que o comportamento humano também podia ser condicionado.

Experiência com Little Albert:
Ø  Little Albert era um bebé alegre que gostava de ratinhos e de coelhos brancos.Quando lhe mostraram um destes pequenos animais – no caso um ratinho branco -  e a criança se preparava  para lhe tocar,  Watson fez soar um barulho estridente .Repetindo isto várias vezes fez com que a criança associasse o rato branco ao desagradável e assustador ruído. Ao fim de algum tempo, bastava ver o rato para começar a chorar e a tentar fugir.
Ø  Aconteceu o que Watson previra: Little Albert começava a chorar e a gatinhar aterrorizado sempre que lhe era mostrado um rato branco, já não sendo preciso o som barulhento. O rato branco tinha-se tornado um estímulo condicionado que induzia respostas condicionadas como chorar e fugir gatinhando. Albert aprendeu, por generalização, a ter medo não só de ratos, mas de todas as coisas peludas (mesmo sem o barulho estridente).
                                                  


Conceito behaviorista de comportamento:

O behaviorismo é uma corrente que define psicologia como a ciência do comportamento.
O comportamento na perspectiva behaviorista é o conjunto de respostas observáveis a estímulos igualmente observáveis provenientes do meio em que um organismo se insere.
Um estímulo será qualquer impressão ou dado proveniente do meio envolvente.

Ou seja na perspectiva behaviorista a tarefa da psicologia seria a de prever, dado certo estímulo, a reação de um organismo e, perante determinada resposta, identificar o estímulo (ou estímulos) que a desencadearam.
Ou seja: R= f (s)

R é a resposta e S a situação (fatores ambientais, históricos, culturais, educativos) que a condiciona e a determina.

A letra f indica que as respostas ou comportamentos variam em função das situações que nos condicionam.

O poder dos fatores ambientais na educação:

Watson defendeu que todo o nosso comportamento é exclusivamente influenciado pela experiência, por fatores sociais e educativos, ou seja, somos produtos do meio e por ele somos modelados.
Como o comportamento humano é determinado. Pelo meio, alterando as situações, poderemos modificar os comportamentos.

A fraca relevância do fator hereditário:

Watson põe o acento máximo na importância do ambiente. Declara que os fatores hereditários têm escassa influência no comportamento humano. Acredita que, se o comportamento depende do ambiente, reformando favoravelmente o meio social, poderemos melhorar o ser humano.
A teoria ou modelo mecanicista defendida por Watson não atribuía importância alguma ao processo maturacional (que o desenvolvimento cumpre um plano biológico, numa sequencia temporal).
Sendo que o desenvolvimento individual é u processo lento, gradual, cumulativo, sem alterações bruscas de ritmo. O desenvolvimento acentua a mudança quantitativa: é contínuo.


Jorge Batista , nº17, 12b