Continuidade/Descontinuidade
Continuidade:
Diz respeito àquilo que continua a existir de modo
semelhante ao que existia anteriormente;
Defende
que o desenvolvimento humano centra-se na continuidade;
Os
comportamentos mudam de forma gradual;
Watson
é um dos autores que defende esta visão do desenvolvimento;
Uma
das perspectivas da continuidade é a teoria da aprendizagem social em que as
mudanças em determinados comportamentos são resultado de uma alteração quantitativa
através de acumulação de associações a respostas e a estímulos.
Descontinuidade:
Aponta para o que não se mantém, ou seja, a mudança ou o
aparecimento do que não existia anteriormente;
Defende que as ações e as relações conduzem ao surgimento de
possibilidades de agir, sentir e pensar de modos diferentes;
Autores como o Freud e o Piaget veem as transformações do
ser humano como descontínuas;
Encaram o desenvolvimento humano como ocorrendo numa
sucessão de estádios;
As teorias mais centradas na descontinuidade tendem a ver as
transformações nos comportamentos e nos modos de ser e dos seres humanos como
envolvendo momentos de reorganização. As novas formas de organização
apresentam-se como qualitativas. As mudanças qualitativas implicam
sempre que se veja o desenvolvimento como descontínuo.
Ambas as perspetivas
referidas são importantes, visto que ambas permitem uma explicação mais
completa e compreensiva do comportamento humano.
Freud e o Inconsciente
Freud, após algumas experiências conclui que não é possível
compreender muitos aspectos do comportamento humano designadamente certas
patologias. Para se compreender o ser humano tem que se admitir a existência do
inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos,
pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter
sexual.
Concepção do psiquismo
Freud apresenta em dois momentos
duas interpretações do psiquismo da mente humana: a primeira e a segunda
tópica.
Na
primeira tópica recorre à imagem do iceberg: o consciente corresponde à parte
visível, enquanto o inconsciente corresponde à parte invisível, submersa, do
iceberg. O inconsciente é uma zona do psiquismo muito maior por comparação com
o consciente e exerce uma forte influência no comportamento. Ao consciente,
constituído por imagens, ideias, recordações, pensamentos, é possível aceder
através da introspeção. Os materiais inconscientes que não são acessíveis
através da autoanálise, tendem a tornar-se conscientes.
A partir de 1920, apresenta a segura teoria sobre a
estruturação do psiquismo, que é constituído por três estâncias: id, ego e
superego.
- O id é a zona inconsciente primitiva, a partir do qual se forma o ego e o superego. Existe desde o nascimento e é constituída por pulsões, instintos e desejos desconhecidos. E está desligado do real. Rege-se pelo princípio do prazer que tem como objectivo a realização, a satisfação imediata dos desejos e pulsões. Grande parte destes desejos é de natureza sexual. O id é o reservatório da libido, energia das pulsões sexuais.
- O ego é a zona consciente que se forma a partir do id. Rege-se pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id que podem ser realizados. Forma-se durante o primeiro ano de vida.
- O superego é a zona que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização, interacção de modelos como os pais, professores e outros adultos. Pressiona o ego para controlar o id e forma-se entre os 3 e os 5 anos.
Catarina Francisco
Sem comentários:
Enviar um comentário