domingo, 1 de junho de 2014

Continuidade/Descontinuidade

Continuidade:

Diz respeito àquilo que continua a existir de modo semelhante ao que existia anteriormente;

Defende que o desenvolvimento humano centra-se na continuidade;

Os comportamentos mudam de forma gradual;

Watson é um dos autores que defende esta visão do desenvolvimento;

Uma das perspectivas da continuidade é a teoria da aprendizagem social em que as mudanças em determinados comportamentos são resultado de uma alteração quantitativa através de acumulação de associações a respostas e a estímulos.

Descontinuidade:

Aponta para o que não se mantém, ou seja, a mudança ou o aparecimento do que não existia anteriormente;

Defende que as ações e as relações conduzem ao surgimento de possibilidades de agir, sentir e pensar de modos diferentes;

Autores como o Freud e o Piaget veem as transformações do ser humano como descontínuas;

Encaram o desenvolvimento humano como ocorrendo numa sucessão de estádios; 

As teorias mais centradas na descontinuidade tendem a ver as transformações nos comportamentos e nos modos de ser e dos seres humanos como envolvendo momentos de reorganização. As novas formas de organização apresentam-se como qualitativas. As mudanças qualitativas implicam sempre que se veja o desenvolvimento como descontínuo.
 Ambas as perspetivas referidas são importantes, visto que ambas permitem uma explicação mais completa e compreensiva do comportamento humano.






Freud e o Inconsciente

Freud, após algumas experiências conclui que não é possível compreender muitos aspectos do comportamento humano designadamente certas patologias. Para se compreender o ser humano tem que se admitir a existência do inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual.





Concepção do psiquismo

Freud apresenta em dois momentos duas interpretações do psiquismo da mente humana: a primeira e a segunda tópica.
Na primeira tópica recorre à imagem do iceberg: o consciente corresponde à parte visível, enquanto o inconsciente corresponde à parte invisível, submersa, do iceberg. O inconsciente é uma zona do psiquismo muito maior por comparação com o consciente e exerce uma forte influência no comportamento. Ao consciente, constituído por imagens, ideias, recordações, pensamentos, é possível aceder através da introspeção. Os materiais inconscientes que não são acessíveis através da autoanálise, tendem a tornar-se conscientes.




















A partir de 1920, apresenta a segura teoria sobre a estruturação do psiquismo, que é constituído por três estâncias: id, ego e superego.

  • O id é a zona inconsciente primitiva, a partir do qual se forma o ego e o superego. Existe desde o nascimento e é constituída por pulsões, instintos e desejos desconhecidos. E está desligado do real. Rege-se pelo princípio do prazer que tem como objectivo a realização, a satisfação imediata dos desejos e pulsões. Grande parte destes desejos é de natureza sexual. O id é o reservatório da libido, energia das pulsões sexuais.


  • O ego é a zona consciente que se forma a partir do id. Rege-se pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id que podem ser realizados. Forma-se durante o primeiro ano de vida.


  • O superego é a zona que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização, interacção de modelos como os pais, professores e outros adultos. Pressiona o ego para controlar o id e forma-se entre os 3 e os 5 anos.



Catarina Francisco

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