quinta-feira, 5 de junho de 2014

O Inconsciente

Inconsciente
Freud  afirma que não é possível compreender muitos aspetos do comportamento humano como certas patologias. Tem que se admitir a existência do inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual.

Psiquismo
    Freud apresenta em dois momentos duas interpretações do psiquismo da mente humana: a primeira e a segunda tópica.
    Na primeira tópica recorre à imagem do iceberg: o consciente corresponde à parte visível, enquanto o inconsciente corresponde à parte submersa, do iceberg. O  inconsciente exerce uma forte influência no comportamento. Ao consciente, constituído por imagens, ideias, recordações, pensamentos, é possível aceder através da introspeção. Os materiais inconscientes que não são acessíveis através da autoanálise, tendem a tornar-se conscientes.
A partir de 1920, apresenta a segura teoria sobre a estruturação do psiquismo, que é constituído por três estâncias: id, ego e superego.


  • O id é a zona inconsciente primitiva, a partir do qual se forma o ego e o superego. Existe desde o nascimento e é constituída por pulsões, instintos e desejos desconhecidos estando desligado do real. Rege-se pelo princípio do prazer que tem como objetivo a realização, a satisfação imediata dos desejos e pulsões maioritariamente de origem sexual. É o reservatório da libido.
  • O ego é a zona consciente que se forma a partir do id. Rege-se pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id que podem ser realizados. Forma-se durante o primeiro ano de vida.
  • O superego é a zona que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização, interação de modelos como os pais, professores e outros adultos. Pressiona o ego para controlar o id e forma-se entre os 3 e os 5 anos.



Sexualidade
Grande partes dos sintomas dos seus pacientes devem-se a conflitos psíquicos relacionados com a sexualidade.  Muitos desses conflitos remetiam a experiências traumáticas, vividas na infância e recalcadas no inconsciente.
Freud esclarece que a sexualidade não envolve apenas a genitalidade, corresponde a todo tipo de prazer.
O desenvolvimento da personalidade processa-se então numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde o nascimento até a adolescência.
O estádio oral decorre entre o nascimento aos 12/18 meses,  o bebé obtém prazer através de várias ações como: mamar no seio da mãe, levar objetos à boca, ganhar experiência e controlo sobre si próprio. Neste estádio a zona erógena é a boca, lábios e língua. O conflito psicossexual é o desmame que ocorre no fim do período do estádio oral, em que o bebé deixa de mamar.
O estádio anal decorre entre os 12/18 meses até aos 3 anos. O bebé obtém prazer ao reter e expulsar as fezes, obtendo também prazer através da estimulação oral. É nesta fase que se faz a educação para a higiene, relativamente à qual a criança cede ou se opõe ao cumprimento das regras.
O estádio fálico decorre entre os 3 e os 6 anos. A criança tem tendência a seguir os hábitos do progenitor do mesmo sexo e ao mesmo tempo sente-se atraído pelo progenitor de sexo oposto. As crianças sentem uma curiosidade entre a menina e o menino e começam a masturbar-se.
O estádio de latência  decorre entre os 6 anos e a puberdade. Neste período de tempo a criança começa a dar importância as relações com os colegas e começa a deixar de se interessar tanto pela actividade sexual.
O estádio genital ocorre após a puberdade. Neste estádio as pessoas de sexo aposto têm tendência a sentirem-se atraídas uma pela outra. O prazer sexual envolve todo o corpo, integrando o órgão genital quando estimulado pelo parceiro.

Bento Martins

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