terça-feira, 3 de junho de 2014

A Psicologia Aplicada em Portugal

A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E PROFISSIONAL


A orientação vocacional e profissional é uma área indispensável na vida pessoal de cada um, uma vez que, a escolha de um curso ou de uma profissão é uma decisão muito importante na vida de um indivíduo pois ambos estão, de certa forma, relacionados com a satisfação e realização pessoal do mesmo.    

A tomada desta decisão é complexa e apela a níveis de autoconhecimento, maturidade e processamento de informação que nem sempre um indivíduo consegue ou é capaz de dominar. Daí a necessidade de recorrer a ajuda de profissionais que proporcionem um espaço privilegiado de reflexão, que conduza ao auto conhecimento, e que visem fornecer um apoio especializado na construção do futuro do jovem.

Sendo uma área que atua principalmente nos jovens, é necessário que quem a exerça seja alguém que possua uma certa sensibilidade para lidar com um vasto leque de personalidades e conseguir chegar ao jovem em questão e ajudá-lo a orientar o seu futuro.
Essencial perceber que a área vocacional não é uma área onde apenas se realizam testes vocacionais. Abrange muitos outros objetivos como o auxílio a nível pessoal. Esse auxílio poderá evitar problemas, como por exemplo, na aprendizagem ou então distúrbios comportamentais ou emocionais.

A dificuldade na aprendizagem tem um forte impacto não só sobre a vida da criança como também sobre o meio envolvente no qual a esta se encontra inserida. As dificuldades que o jovem apresenta na aprendizagem são maiores do que as naturalmente esperadas para a maioria dos jo
vens da mesma idade e é, muitas vezes, resistente ao esforço pessoal e ao dos professores gerando, consequentemente, um aproveitamento pedagógico insuficiente e uma auto estima negativa. Uma vez que o jovem começa a achar que possui um nível intelectual ou uma capacidade de raciocínio inferior aos seus colegas.
Esta dificuldade pode ser consequência do facto de o jovem se encontrar “perdido” uma vez que ainda não foi capaz de encontrar o seu lugar no mundo, um objetivo de vida ou um rumo. Consequentemente pode também desenvolver problemas ou perturbações a nível comportamental. São sinais de alerta  para o desenvolvimento destas perturbações, comportamentos muito fora do normal que ultrapassem seriamente as regras aceites na família e na comunidade. Estes comportamentos mantêm-se de forma contínua, durante meses ou anos, e é algo que pode vir a interferir no desenvolvimento da criança/jovem e posteriormente na sua integração, também como pode interferir, no funcionamento familiar, escolar e outras atividades.

Os medos, tristezas, preocupações  e ansiedade são de facto normais ao longo do crescimento, desde que estas se mantenham dentro de certos limites e não perturbem o funcionamento e desenvolvimento saudável da criança/jovem. Caso contrário, é importante avaliar e intervir, pois  estes sentimentos nem sempre são transitórios e facilmente ultrapassáveis, podendo acarretar consequências sérias para o seu bem-estar. Um apoio especializado e consistente será sempre uma mais-valia para estas crianças e jovens.





É importante que se tenha consciência que o indivíduo deve seguir a área que deseja e na qual ele se irá sentir realizado. Não deve seguir uma profissão apenas por esta garantir estabilidade financeira ou por ser prestigiada. Deve seguir aquilo que deseja, aquilo que gosta para prevenir, no futuro, pôr em causa o seu bem-estar e equilíbrio. Daí o psicólogo vocacional ser muito importante pois ajuda o indivíduo a conhecer as suas capacidades, interesses, conciliando-as com as oportunidades/ofertas existentes no mercado de trabalho.







PSICÓLOGO COMO PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO

O psicólogo deve proporcionar e potenciar o bem-estar do indivíduo. Ou seja, deve promover capacidades e modos que tornem as pessoas mais aptas para resolverem os seus problemas e torná-las capazes de lidarem, de forma mais positiva, as situações que as confrontam.
Promover o desenvolvimento é promover a transformação das pessoas e ajudá-las a compreender o que se passa e de encontrarem significados para as suas ações.
O psicólogo deve não só ajudar o paciente a lidar com problemas como o stress, deve fazer com que ele participe na definição do problema e abrir-lhe o campo de visão, ou seja, fazer o indivíduo ver o problema nos seus diferentes níveis.
A promoção do desenvolvimento é a melhor maneira de evitar o aparecimento de distúrbios mentais, assim como de ajudar as pessoas a levarem ou comandarem a sua vida de uma forma mais saudável de forma a garantir o seu bem-estar.




PSICÓLOGO CLÍNICO

Muitas vezes os problemas atingem certa dimensão que se tornam impossíveis de ultrapassar sem ajuda. Entre eles, encontra-se: a ansiedade, a angústia, as fobias ou as doenças psicossomáticas (doença física ou não que tem origem somente na mente do indivíduo).
Os sintomas associados a estas problemáticas acabam por ter uma interferência crescente e podem impossibilitar a realização das tarefas diárias.
Noutros casos, em vez de uma marcada sintomatologia encontramos indivíduos portadores de um desinteresse generalizado. A vida para eles parece desprovida de sentido, de objetivos. Os seus relacionamentos escasseiam ou então demonstram ser inconstantes ou insatisfatórios. Consequentemente, o isolamento aumenta e a tristeza toma um carácter permanente que se pode vir a aprofundar e tornar-se numa depressão.
Quando o bem-estar e o equilíbrio do indivíduo estão em causa deve-se recorrer à ajuda de psicólogos. Este faz uso da sua formação permite-lhe e, através da psicoterapia, processo que visa explorar as áreas onde se encontram as dificuldades emocionais, aumenta a capacidade do indivíduo de lidar e a resolver os seus problemas.
Todo este processo é feito sem a prescrição de receitas médicas, uma vez que essa é a área da psiquiatria.
O psicólogo clínico dedica-se a acompanhar e reinserir o indivíduo no seu quotidiano, bem como a restaurar o seu equilíbrio emocional de forma a promover e a garantir a sua saúde mental.

Carolina Veiga

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